Talvez você já tenha reparado que todos os anos, no mês de Agosto, muitas informações surgem à respeito da Amamentação. O Agosto Dourado é o mês de conscientização sobre a importância do aleitamento materno.

Se trata de um evento nacional que foi instituído pela Lei nº 13.435/2017. É portanto um evento recente, se a gente pensar que os países comemoram a Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM) desde 1992.

A SMAM ocorre sempre nos dias 1 à 7 de Agosto em cerca de 120 países. O Brasil escolheu esse mês para promover a amamentação, aproveitando essa onda mundial de conscientização sobre o tema. Resolveu também pintar de dourado, já que o leite materno é o padrão ouro de alimentação de bebês e crianças.

Todos os anos são definidos os temas que serão abordados durante a SMAM, e este ano o tema escolhido foi “Proteger a Amamentação: uma responsabilidade de todos”. Entender que a sociedade, e não só as famílias, são responsáveis pela proteção da amamentação é um passo crucial para aumentar os índices de aleitamento materno no mundo.

E por que a amamentação precisa ser protegida? Ela precisa ser protegida porque apesar de natural, a amamentação é uma atividade bastante sensível à influências externas, seja por questões puramente fisiológicas (como o impacto dos bicos artificiais na mecânica da sucção) até as questões emocionais e psicológicas da mãe e da família. Sem o apoio do pai, companheiro ou companheira, da sua rede de apoio (mãe, irmã, sogra, etc.) as coisas tendem a desandar rápido demais.

Também sofremos a pressão para uso de fórmula infantil, muitas vezes desnecessária, como complemento das mamadas. Seja porque ouvimos que o bebê vai dormir melhor com uma mamadeira, seja porque o pediatra quer que o bebê ganhe mais peso, indicando o uso da fórmula sem nem mesmo observar uma mamada e sugerir melhorias. A indústria de substitutos do leite materno está cada vez mais esperta nas suas estratégias de mercado, e se aproveita da fragilidade do processo de amamentação e da falta de APOIO REAL da sociedade para vender mais um tonelada de leite artificial.

A mulher também enfrenta dificuldades para manter o aleitamento quando retorna ao trabalho: são poucas as empresas que têm um espaço apropriado para a mulher ordenhar o leite ou amamentar o seu filho. Muitas tem que ordenhar no banheiro para ter um pouco de privacidade. Voltar ao trabalho com 4 meses após o parto, não ajuda a manter o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses.

Assim fica claro perceber que a proteção da amamentação é mesmo uma responsabilidade de todos nós, enquanto familiares, amigos, profissionais, empregadores, colegas de trabalho, cidadãos.

Proteger a amamentação é garantir à mulher e seu bebê o direito de amamentar em paz onde, como e por quanto tempo desejarem. Vamos juntos e juntas proteger a amamentação?